Alimentação infantil: evite alimentos ultraprocessados
Especialistas aconselham a priorizar alimentos naturais e frescos, como aqueles provenientes da terra
15 de junho de 2023 - às 18h40 (atualizado em 28/11/2023, às 12h20)
Envato
Escrito por
Dayana Bonetto
Redatora Let's Move 360
Pesquisa divulgada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 2021, indica que 80% das crianças brasileiras com até 5 anos de idade consomem regularmente alimentos ultraprocessados, como biscoitos, produtos à base de farinha e refrigerantes.
Para o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), que conduziu um estudo no Brasil, divulgado também em 2021, essa realidade tem a ver com a facilidade de encontrar alimentos pouco saudáveis, até mesmo em lugares distantes. Eles são mais baratos e práticos, mas não são recomendáveis para quem deseja ter boa saúde, muito menos para crianças.
Daniela Piotto, pediatra e professora afiliada ao Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo, alerta que produtos como salsichas, salgadinhos e bolinhos de chocolate são fabricados com corantes, aditivos e gordura hidrogenada. De acordo com a pediatra, eles costumam focar apenas na aparência saborosa, ou seja, precisam estar sempre bonitos. Daniela recomenda priorizar alimentos naturais e frescos, como aqueles provenientes da terra. Ela sugere, por exemplo, trocar a bisnaguinha por pães de padaria feitos com trigo, água e sal, que podem mofar em poucos dias. A pediatra destaca que alimentos embalados costumam conter ingredientes que os mantêm atraentes para o consumo.
Estabelecer hábitos nutritivos desde a infância é uma preocupação frequente para os pais. Embora seja comum enfrentar desafios na rotina, é importante destacar que é possível promover mudanças positivas por meio de atitudes e comportamentos adequados. Valéria Machado, diretora científica do Departamento de Nutrição da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), ressalta que pensar em alimentação saudável para a criança envolve mudanças de hábitos na casa onde ela mora. Isso significa que os pais ou as pessoas de sua convivência também precisam consumir de forma consciente.
É fundamental ter sempre frutas e verduras disponíveis, oferecer pratos coloridos e estimular que o momento da refeição seja algo prazeroso. Além disso, Valéria destaca a importância de não ter a presença de telas, como TV, celular e tablet, durante as refeições, e não oferecer recompensas para que a criança coma todo o alimento. Propor um doce, por exemplo, como “prêmio”, pode criar associações negativas.
Incentivar a hidratação adequada também é essencial. A água deve ser a principal fonte de líquidos, evitando o consumo excessivo de sucos industrializados e refrigerantes.
Por fim, é fundamental buscar orientação de profissionais de saúde, como pediatras e nutricionistas, para obter recomendações específicas e personalizadas de acordo com as necessidades individuais da criança. A educação alimentar desde cedo é um investimento no futuro da saúde e bem-estar das crianças.
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