​​A expressão corporal na relação com a gravidade

Será que a gravidade e nossos corpos inibem nossa forma de nos expressar e nos relacionarmos com o mundo?

4 de julho de 2023 - às 17h12 (atualizado em 4/7/2023, às 18h35)

Homem jovem dançando ao ar livre
Crédito:

Envato

Bruno Bernardes

Escrito por

Bruno Bernardes

Rolfista

A temperatura do ambiente muda, a pressão atmosférica e a umidade estão sempre variando, mas há algo que nunca muda: a força da gravidade.

Estamos sujeitos a ela constantemente. Independente da nossa idade, peso, altura, tipo sanguíneo ou qualquer outra variável, a força da gravidade é sempre a mesma, porém, podemos alterar a forma como ela age sobre nossos corpos, por meio da maneira como nos posicionamos.

Ela pode ser um grande fardo para nossos corpos, criando peso, gerando dores, nos impedindo de nos movimentarmos como gostaríamos ou pode ser uma aliada, trazendo respostas corporais eficientes ou permitindo o descanso, mesmo na vertical, sobre o suporte do chão.

Será que a gravidade e nossos corpos inibem nossa forma de nos expressar e nos relacionarmos com o mundo?

Será que nossos padrões de comportamento também estão atrelados a padrões de movimento?

A postura de nossos corpos influencia nosso comportamento, nossas relações e nossas reações. Por exemplo, como eu caminho diante uma multidão atenta e diante de pessoas queridas é igual? Como meu corpo age quando estou nervoso ou com medo? Será que viver uma emoção durante um grande período de tempo altera o padrão postural dos nossos corpos?

Trabalhamos com três eixos no processo de Rolfing:

  • o toque no tecido que envolve todas as estruturas do corpo (fáscia), para equalizar as tensões musculares e diferenciar suas várias camadas, permitindo que elas deslizem e possibilitem a melhora da postura e dos movimentos;
  • a percepção para poder integrar o que foi modificado e tornar a mudança natural e duradoura;
  • o ganho de coordenação para melhorar a qualidade dos movimentos.

A partir do toque na fáscia, podemos ensinar o corpo a dialogar consigo mesmo e ganhar novas possibilidades estruturais, para se relacionar melhor com a força da gravidade e com o mundo. A partir da percepção e do reconhecimento dos nossos padrões, podemos mais uma vez dialogar com eles e tornar natural aquilo que parecia um esforço. E através do trabalho de coordenação, aprendemos a permitir que o corpo se expresse como somos, não da forma que a estrutura permite.

Desta forma, o trabalho de Rolfing nos dá o direito e a possibilidade de sermos o que somos em essência, mais presentes, com a possibilidade de evolução em todos os campos, sem que a gravidade nos prejudique e se torne uma aliada em nossos processos.