Manteiga ou margarina: o que é saudável?

Em meio ao dilema entre manteiga e margarina, a escolha não se resume apenas nas preferências de sabor, mas também levanta questões sobre saúde. Soraia Batista, nutricionista da Pluxee, explica que a manteiga é de origem animal, derivada da nata do leite, rica em gorduras saturadas e colesterol. De acordo com ela, embora seja facilmente digerida e contenha ácidos graxos de qualidade, que servem para reduzir inflamações no sistema digestivo, em excesso pode representar riscos para a saúde, como aumento do colesterol sanguíneo, elevando o risco de doenças cardiovasculares, ganho de peso e probabilidade de problemas metabólicos, como resistência à insulina.

Já a margarina, Batista destaca que antes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibir a gordura trans no Brasil, ela era feita a partir da hidrogenação de óleos vegetais, como milho ou girassol. Após a restrição, outros meios têm sido utilizados para substituir a gordura trans, entre eles a interesterificação, uma modificação das moléculas de gordura que melhora a textura e consistência dos produtos. Com relação ao modo de como é feita, a nutricionista enfatiza que a margarina contém gorduras insaturadas, aquelas consideradas positivas para os níveis de colesterol, como o ácido oleico. No entanto, ela alerta que a presença de gordura trans no alimento de origem vegetal é um problema. “A margarina passa por mudanças químicas que dificultam sua absorção pelo corpo, podendo se acumular no sangue e em órgãos importantes, como fígado e coração”, salienta.

Manteiga ou margarina: a escolha depende da quantidade e frequência de consumo

Substituir a manteiga pela margarina ou vice-versa continua sendo uma questão sem uma resposta definitiva. A nutricionista destaca que o que define se uma das opções trará benefícios ou prejuízos é o contexto em que estão inseridas, ou seja, dependerá da quantidade e frequência que a pessoa as consome, o padrão alimentar seguido, a presença de doenças e/ou comorbidades, o estilo de vida, entre outros.

Pessoas que estão tentando controlar o colesterol “ruim”, por exemplo, devem evitar a manteiga; no entanto, as margarinas, por conterem gordura trans, também não são boas alternativas. Neste caso, Soraia Batista indica que a solução é trocar ambas pelo azeite, rico em gorduras mono e poli-insaturadas associadas à redução dos níveis de LDL, sem outros fatores negativos. “O azeite de oliva é uma ótima opção dentro de uma dieta balanceada. O extravirgem é uma opção ainda melhor, por ser rico em gorduras monoinsaturadas, compostos bioativos, vitaminas, entre outros. Ele ajuda a preservar os nutrientes dos alimentos. Além disso, o seu consumo tem papel importante na prevenção de doenças cardiovasculares e poder antioxidante. Porém, é preciso ter cuidado quanto à quantidade. 1 colher de sopa de azeite contém 90 kcal, isso porque os óleos e gorduras são os alimentos com maior densidade calórica dentre todos os alimentos. Então, apesar de saudável, não se pode usar à vontade”, alerta.

Quanto ao consumo, a manteiga pode ser ingerida por aqueles que não têm restrições específicas quanto à gordura saturada e desejam um sabor mais pronunciado em suas preparações. Já a margarina pode ser uma opção para quem busca reduzir o consumo de gordura saturada, especialmente quando se opta por versões sem gordura trans. Entretanto, é importante observar a lista de ingredientes, pois algumas margarinas podem conter aditivos e conservantes que podem ser prejudiciais para uma dieta equilibrada.

Como incorporar manteiga ou margarina de forma equilibrada na dieta 

• Moderação é a chave: consuma manteiga e margarina com moderação para evitar excessos calóricos. Opte por pequenas porções em suas refeições;
• Escolha opções mais saudáveis: prefira versões com menor teor de gordura saturada e sem gorduras trans. Busque alternativas mais saudáveis dentro da categoria de margarina e manteiga;
• Equilíbrio nas refeições: distribua o consumo de gorduras ao longo do dia, evitando concentrar a ingestão em uma única refeição. Isso ajuda a manter níveis estáveis de colesterol e contribui para uma dieta mais equilibrada.

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