Sal rosa do Himalaia e sal comum de mesa
Trocar ou não? Nutricionista compartilha os prós e contras entre sal rosa do Himalaia e sal comum de mesa
28 de junho de 2024 - às 10h00 (atualizado em 24/6/2024, às 12h11)
Envato
Escrito por
Dayana Bonetto
Redatora Let's Move 360
O consumo excessivo de sal é conhecido por trazer diversos problemas para o organismo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que cada pessoa ingira até 5 gramas de sal por dia. No entanto, a OMS alerta que os brasileiros têm um consumo médio de 14 gramas, três vezes mais do que o indicado. Esse exagero pode desencadear complicações como pressão alta, doenças cardíacas, hipertensão e sobrecarga renal, algumas das principais causas de morte no mundo. De acordo com a Sociedade Internacional de Diálise (ISN), cerca de 2,4 milhões de pessoas morrem por ano devido a problemas renais. Diante desse cenário, o sal comum de cozinha ganhou a fama de vilão, e surgiram alternativas, como o sal rosa do Himalaia. Entretanto, Vanessa Raio, nutricionista da Plenapausa, ressalta que não há comprovação científica de benefícios a longo prazo do sal rosa em comparação com o sal refinado.
Diferenças nutricionais: sal de mesa e do Himalaia
Segundo a nutricionista, a composição nutricional entre os dois tipos é praticamente a mesma. Ela explica que a única diferença ocorre devido aos minerais presentes no sal rosa. “De um lado, o sal refinado é basicamente cloreto de sódio, com alguns poucos minerais após o processo de refinamento. Por outro lado, o sal rosa do Himalaia contém pequenas quantidades de minerais como cálcio, potássio, magnésio e ferro, que são responsáveis por sua cor característica. No entanto, são tão poucos que a discrepância nutricional entre os dois tipos é considerada insignificante”, salienta.
O segredo é dosar a quantidade
Devido à menor capacidade do sal rosa de salgar, as pessoas tendem a usar quantidades maiores em suas refeições. Isso resulta em aumento do consumo de sódio. Nesse caso, já que não existem vilões quando se trata de de sal, ou seja, nenhum tipo é necessariamente ruim, Raio indica que o segredo está, justamente, na dosagem. Ela ressalta que na hora de tentar reduzir o consumo para se adequar à quantidade estabelecida pela OMS, é preciso ter certos cuidados: “primeiro, é importante prestar atenção aos alimentos processados, que geralmente contém altos níveis de sódio adicionado. Optar por alimentos frescos e preparar refeições em casa pode ajudar a controlar a ingestão de sal. Além disso, é fundamental ler os rótulos dos produtos para verificar a quantidade de sódio por porção. Também é essencial utilizar alternativas para realçar o sabor dos alimentos, como ervas, especiarias, limão ou vinagre, em vez de depender exclusivamente do sal para dar sabor às refeições”, explica.
Doces possui sódio?
Sim! Muitas pessoas não sabem, mas alimentos doces também possuem alto teor de sódio. Normalmente, é comum associar o sabor apenas ao açúcar. É aí que mora o perigo. Produtos consumidos no dia a dia, como, por exemplo, sorvetes e chocolates, podem conter quantidades significativas de sódio, mesmo que não tenham um sabor salgado. A nutricionista destaca que até mesmo receitas caseiras, como bolos, possuem sódio, especialmente quando ingredientes industrializados são utilizados. “É importante estar ciente da presença de sódio em doces e evitar problemas de saúde associados ao consumo excessivo de sódio, como pressão alta e doenças cardíacas”, orienta.
Doces com alto teor de sódio
- Bolacha doce recheada: 490 mg de sódio em um pacote;
- Mistura para bolo: em média 179 mg de sódio em 3 colheres de sopa;
- Refrigerantes: em média 48 mg de sódio em uma lata de 350 ml;
- Pós para sucos: cerca de 32 mg de sódio em 1/2 colher de sopa;
- Cereais matinais açucarados: a quantidade de sódio varia, mas pode ser significativa dependendo da marca e do tipo de cereal.
Prós e contras dos sais
A nutricionista Vanessa Raio ressalta que ambos os tipos de sal têm suas peculiaridades e impactos na saúde e nutrição. Ela compatilha aspectos positivos e negativos do sal rosa do Himalaia e sal comum de mesa:
Sal rosa do Himalaia
Prós
- Minerais adicionais: contém cálcio, potássio, magnésio e ferro, que podem oferecer benefícios nutricionais mínimos;
- Processamento mínimo: é menos processado, mantendo sua composição natural;
- Sabor: alguns chefs e consumidores preferem o sabor suave do sal rosa do Himalaia, que pode enriquecer a experiência culinária;
- Ausência de iodo adicionado: pode ser considerado um benefício para pessoas que precisam limitar a ingestão de iodo por razões de saúde (embora a deficiência de iodo seja uma preocupação para outros).
Contras
- Contribuição mineral limitada: apesar de conter mais minerais, as quantidades são muito pequenas para ter um impacto significativo na saúde;
- Custo: geralmente é mais caro que o sal de mesa comum;
- Falta de iodo: a ausência de iodo pode ser uma desvantagem, considerando que o iodo é essencial para a saúde da tireoide, e muitas pessoas dependem do sal iodado para atender às suas necessidades.
Sal comum de mesa
Prós
- Iodo adicionado: é frequentemente iodado, ajudando a prevenir a deficiência de iodo, que pode levar a problemas de tireoide como o bócio;
- Custo-efetivo: o sal de mesa é geralmente mais acessível e amplamente disponível;
- Consistência na culinária: devido ao seu refinamento, possui grãos uniformes que oferecem consistência no sabor e na medida para receitas;
Contras
- Processamento: o sal de mesa é altamente refinado, removendo a maioria dos minerais naturais, exceto o sódio e o cloro, e frequentemente contém aditivos como antiaglomerantes;
- Impacto na saúde: o consumo excessivo, especialmente em dietas já ricas em consumo de produtos industrializados com alto sódio, está associado a problemas de saúde;
- Falta de minerais: ao contrário do sal rosa do Himalaia, o sal de mesa comum não contém minerais adicionais.
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