Celulite: o que é, causas, tipos e tratamentos

A celulite, também conhecida como lipodistrofia ginóide, é caracterizada pelo acúmulo de gordura sob a pele, resultando na aparência de uma “casca de laranja” em áreas como quadris, coxas, nádegas, mamas, abdome e braços. De acordo com a fisioterapeuta dermatofuncional, Lorice Issa Miguel, da Lorice Estetic, a celulite envolve uma inflamação do tecido celular causada pelo acúmulo de gordura, água e toxinas nas células. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), essa condição afeta 95% das mulheres após a puberdade, com raros casos em homens devido a desequilíbrios hormonais.

 

Causas: acúmulo de gordura e retenção de líquido

 

Miguel enfatiza que diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da celulite, sendo o principal deles relacionado à má alimentação. Ela explica: “O consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras saturadas, açúcares refinados e alimentos processados pode promover o acúmulo de gordura e a retenção de água nas células, agravando a aparência da celulite”. 

 

Além disso, Miguel destaca que as mudanças hormonais desempenham papel significativo, principalmente em mulheres. “Durante a puberdade, gravidez e menopausa, os níveis hormonais podem variar, afetando a distribuição de gordura no corpo e contribuindo para a formação da celulite”, esclarece.

 

O sedentarismo e a falta de exercícios físicos também são fatores que podem agravar a celulite, segundo Miguel. “A atividade física regular ajuda a melhorar a circulação sanguínea, fortalecer os músculos e reduzir a gordura corporal, o que pode minimizar a aparência da celulite”, pontua. 

 

De acordo com o Ministério da Saúde, o estresse é outra variável a ser considerada, pois pode levar a desequilíbrios hormonais e a liberação de substâncias químicas no corpo que afetam negativamente a saúde da pele e dos tecidos. Além disso, o MS alerta que o consumo de cigarro pode prejudicar a circulação sanguínea e a oxigenação dos tecidos, contribuindo para a deterioração da pele e o agravamento da celulite.

 

Quando se trata da retenção de líquidos, Miguel ressalta as consequências do consumo excessivo de sal na dieta. “Ele eleva a pressão nas células, o que, por sua vez, agrava significativamente a aparência da celulite. Isso ocorre porque o sal retém água, causando inchaço e pressão extra nas células, tornando a pele com celulite mais visível e intensificando a sensação de casca de laranja”, explica.

 

Tipos de celulites

 

O Ministério da Saúde classifica a celulite em quatro graus diferentes, que refletem a gravidade da condição: 

 

• Grau 1: Neste estágio, não há ondulações ou irregularidades visíveis na superfície da pele quando esta está em repouso. No entanto, ao comprimir a pele, podem surgir pequenas ondulações e furinhos. A celulite no Grau 1 é considerada menos pronunciada e pode passar despercebida em muitos casos;

 

• Grau 2: Aqui, as ondulações e os furinhos já são perceptíveis mesmo sem a necessidade de comprimir a pele. A celulite no Grau 2 é mais visível e pode causar maior desconforto estético;

 

• Grau 3: Neste estágio, os nódulos se tornam claramente perceptíveis. A pele apresenta uma textura mais irregular e as áreas afetadas podem ter uma aparência mais inchada e ondulada;

 

• Grau 4: A celulite no Grau 4 é caracterizada por vários nódulos que tornam a pele com um aspecto duro. Além disso, pode haver inchaço notável e comprometimento da circulação sanguínea de retorno na área afetada. A pele neste estágio tende a apresentar um aspecto acolchoado e pode causar desconforto considerável.

 

Sintomas: grau de gravidade da condição

 

Os sintomas da celulite variam de acordo com o grau de gravidade da condição. Nos estágios mais avançados, podem surgir depressões visíveis na pele quando esta é pressionada, mesmo durante a contração muscular, e a pele pode apresentar constantemente uma textura irregular, semelhante a uma superfície acolchoada com nódulos. Em casos avançados, a celulite pode causar desconforto e dor devido à compressão das terminações nervosas locais, afetando a qualidade de vida da pessoa afetada. Nos estágios iniciais, os sintomas podem ser ausentes ou pouco perceptíveis.

 

Tratamento específico

 

De acordo com Miguel, é fundamental identificar o grau de celulite antes de optar por um tratamento específico. Ela ressalta: “A presença de inflamação ou até mesmo fibroses na região são fatores que devem ser considerados, pois eles influenciam na escolha do procedimento mais adequado para cada caso”. 

 

A inflamação na área afetada pela celulite pode resultar em inchaço, vermelhidão e desconforto, tornando a celulite mais evidente. Por outro lado, as fibroses representam áreas onde o tecido conjuntivo se torna mais rígido e denso, dificultando a redução da celulite. Portanto, uma avaliação cuidadosa desses fatores é essencial para obter os melhores resultados no tratamento da celulite.

 

Tratamentos para celulite

 

Miguel explica os tratamentos mais comuns: 

 

• Drenagem linfática: é uma técnica de massagem que visa estimular o sistema linfático, ajudando a eliminar toxinas e reduzir a retenção de líquidos no corpo. Ela pode melhorar a circulação, reduzir o inchaço e suavizar a aparência da celulite;

 

• Lipocavitação: é um tratamento não invasivo que utiliza ondas de ultrassom para quebrar as células de gordura localizada. Isso pode resultar na redução da gordura em áreas específicas do corpo, incluindo onde a celulite é visível;

 

• Radiofrequência: é uma técnica que utiliza calor para estimular a produção de colágeno na pele. Isso pode ajudar a melhorar a firmeza e a textura da pele, reduzindo a aparência da celulite;

 

• Endermologia: é um tratamento que utiliza um dispositivo de massagem com sucção para estimular a circulação sanguínea e linfática. Isso pode ajudar a quebrar os depósitos de gordura e melhorar a aparência da celulite;

 

• Carboxiterapia: envolve a injeção de dióxido de carbono (CO2) sob a pele para melhorar a circulação e o metabolismo nas áreas afetadas pela celulite. Isso pode resultar em uma redução na aparência da celulite e no aumento da firmeza da pele;

 

• Bioestimuladores: são substâncias injetáveis que estimulam a produção de colágeno na pele. Isso pode ajudar a melhorar a firmeza da pele e reduzir a aparência da celulite ao longo do tempo.

 

Prevenção: estilo de vida saudável 

 

Miguel ressalta que é importante adotar um estilo de vida saudável. O Ministério da Saúde indica algumas diretrizes:

 

• Alimentação balanceada: uma dieta equilibrada, rica em alimentos naturais e pobre em gorduras saturadas, açúcares refinados e alimentos processados, é crucial para prevenir o acúmulo de gordura e reduzir o desenvolvimento da celulite;

 

• Exercícios regulares: a atividade física regular ajuda a melhorar a circulação sanguínea, fortalecer os músculos e reduzir a gordura corporal, contribuindo significativamente para prevenir a celulite;

 

• Hidratação adequada: manter-se bem hidratado é fundamental para a saúde da pele, ajudando a manter sua elasticidade e minimizando a aparência da celulite.

 

• Cuidados com a pele: utilizar produtos de cuidados com a pele, especialmente aqueles que contenham ingredientes como cafeína, retinol e antioxidantes, pode ser benéfico para melhorar a textura da pele e reduzir a celulite.

 

• Evitar o tabagismo: parar de fumar ou evitar o tabagismo pode melhorar a circulação sanguínea e a saúde da pele, tornando-a menos suscetível à celulite;

 

• Redução do consumo de álcool: o consumo excessivo pode contribuir para o aumento de peso e a retenção de líquidos, agravando a celulite;

 

• Gerenciamento do estresse: praticar técnicas de relaxamento, como ioga e meditação, pode ajudar a reduzir o estresse crônico, o que beneficia a saúde hormonal e da pele.

 

• Consulta com um profissional: para orientações personalizadas e tratamentos adequados, quando necessário, pode ser útil para abordar preocupações específicas relacionadas à celulite.

 

 

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