Andropausa: o que é, sintomas, tratamentos e riscos
Conheça os sintomas comuns da andropausa e saiba como ela pode afetar a vida dos homens
31 de outubro de 2023 - às 10h03 (atualizado em 31/10/2023, às 10h03)
Envato
Escrito por
Dayana Bonetto
Redatora Let's Move 360
A Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM), conhecida como andropausa, é uma condição que afeta os homens à medida que envelhecem. Segundo Eduardo Miranda, coordenador do departamento de andrologia na Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), diferentemente das mulheres, muitos homens chegam ao fim da vida com níveis do hormônio masculino dentro dos valores normais. Entretanto, de 5 a 7% após os 40 anos e de 20 a 30% após os 60 anos podem, em função de algumas doenças ou condições, ter queda em seus níveis hormonais. De acordo com ele, “essa condição está relacionada à redução na produção dos hormônios androgênicos, como a testosterona, pelo testículo. Isso leva a uma diminuição gradual da testosterona e da produção de espermatozoides, que são as funções principais dessa glândula”. Miranda explica que os sintomas mais comuns da andropausa incluem fadiga, alterações de humor, perda de massa muscular, diminuição da libido e problemas de ereção.
Em pesquisa realizada pela SBU, foi constatado que 57% dos homens não conhecem a andropausa. Os dados revelam também que três em cada dez homens atribuem os sintomas da queda de testosterona ao excesso de trabalho ou estresse do dia a dia. Outros acreditam que as causas sejam emocionais. Apenas 15% se dão conta que a andropausa pode ser responsável pelos sintomas indesejáveis.
Sintomas comuns da andropausa
De acordo com Miranda, geralmente, a andropausa, que é causada pela deficiência de testosterona, traz uma série de sintomas, tanto na esfera sexual quanto na esfera não sexual. “Na esfera sexual, ela pode ocasionar diminuição da libido, piora na qualidade das ereções e queixas como dificuldade em atingir o orgasmo e diminuição da produção de sêmen. Do ponto de vista não sexual, ela está associada a baixos níveis de energia, fadiga excessiva, depressão, deficiências cognitivas, falta de concentração e também a algumas questões metabólicas, como ganho de peso, aumento da gordura corporal, diminuição da massa muscular (sarcopenia), perda de densidade mineral óssea (como osteoporose) e piora no metabolismo de carboidratos e lipídios, aumentando o risco de diabetes e outras doenças”, esclarece.
Tratamentos para lidar com os sintomas da andropausa
Miranda explica que os tratamentos para a andropausa envolvem a normalização dos níveis circulantes do hormônio testosterona. “O mais comum é a reposição hormonal com testosterona. No Brasil, essa reposição pode ser feita através de apresentações tópicas, como géis, ou por meio de injeções. As injeções podem ser de ação curta, aplicadas a cada sete, dez ou quinze dias, ou de ação prolongada, administradas a cada três meses”, destaca.
Além disso, ele ressalta que há outras opções de tratamento para aqueles que não podem ou não desejam usar testosterona. “Medicamentos como o clomifeno e injeções como o HCG, podem ser utilizados a longo prazo de forma segura, especialmente por homens preocupados com a fertilidade”.
Miranda pontua também que, além da terapia medicamentosa, a dieta e o estilo de vida desempenham um papel fundamental no tratamento. “Adotar uma vida mais saudável, incluindo a perda de peso, contribui para aumentar naturalmente os níveis de testosterona”, indica.
Riscos associados à andropausa e à terapia de reposição hormonal
Para Miranda, os riscos de manter níveis baixos de testosterona superam os riscos associados ao tratamento com testosterona. “A baixa testosterona está associada a eventos cardiovasculares, como ataques cardíacos, morte prematura, problemas cardíacos e um maior risco de diabetes, incluindo um risco aumentado de câncer de próstata, sendo um câncer mais agressivo”, alerta.
No entanto, Miranda recomenda que o tratamento seja realizado com doses adequadas para garantir a segurança.
Efeitos colaterais
De acordo com Miranda, os principais efeitos colaterais incluem: “a temporária infertilidade, devido à redução na produção de espermatozoides. Além disso, a terapia de testosterona pode causar atrofia dos testículos e levar à ginecomastia, que é o aumento do tecido mamário nos homens, e à policitemia, que envolve o aumento da concentração de glóbulos vermelhos no sangue”, explica. No entanto, ele destaca que todos esses efeitos são monitorados de perto e podem ser tratados quando necessário.
Consulta com urologista: medida preventiva
Para Miranda, consultar um urologista é essencial para manter a saúde masculina em boa condição, seja para homens que estão apresentando sintomas de andropausa ou como medida preventiva. “É fundamental que um médico experiente, como o urologista, acompanhe a saúde dos homens regularmente, identificando alterações que possam indicar a presença da andropausa. Vale destacar que os sintomas da andropausa são bastante inespecíficos e frequentemente se assemelham a problemas como ansiedade, depressão, estresse excessivo e excesso de trabalho, podendo ser confundidos com questões psicológicas e de estilo de vida”, alerta. Ele completa: “Um médico especializado pode entender o contexto de saúde de cada homem, fazer um acompanhamento contínuo para minimizar os impactos da andropausa, detectar precocemente e melhorar a saúde e a longevidade masculina”.
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