Cinco principais mitos sobre os vilões da saúde bucal

Desvende mitos sobre saúde bucal e evite hábitos prejudiciais para um sorriso radiante e duradouro

8 de abril de 2024 - às 09h30 (atualizado em 8/4/2024, às 09h30)

Mulheres sorrindo
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

Sabemos que ter saúde bucal envolve visitas regulares ao dentista, consumo de alimentos que fortalecem os dentes e utilizar cerdas ideais. No entanto, Filipe Avellaneda, dentista especialista em endodontia e membro da equipe odontológica da Identità Odontologia, alerta que hábitos do dia a dia, como fumar, falta de higiene e de informação, podem ser os maiores vilões do sorriso. “A placa bacteriana, por exemplo, é como uma colônia de bactérias que se acumula nos dentes e gengivas, podendo causar cáries e problemas nas gengivas se não for controlada. Essa placa surge por causa dos resíduos de alimentos que ficam retidos na boca, especialmente após as refeições, e se não for removida adequadamente, pode mineralizar e formar o tártaro, tornando-se mais difícil de ser removida apenas com a escovação”.  Segundo o dentista, é aí que surgem alguns mitos como usar cerdas duras com a ideia de que elas são eficazes na remoção de sujeiras, quando na verdade podem causar danos à saúde bucal, como desgaste do esmalte e retração gengival.

Alimentos e bebidas prejudiciais: pH baixo e doces

Avellaneda destaca que, em geral, alimentos e bebidas ácidas são considerados prejudiciais porque possuem pH baixo. Ele explica que a escala do pH varia de 0 a 14, onde valores abaixo de 7 indicam acidez, 7 é considerado neutro e valores acima de 7 alcalinidade. “Essa medida é fundamental para entender o impacto que os alimentos e bebidas podem ter sobre a saúde bucal e o equilíbrio do ambiente oral. Por exemplo, o suco de limão, conhecido por sua acidez, possui um pH em torno de 2, enquanto refrigerantes como a cola podem ter um pH ainda mais baixo, chegando a cerca de 2,5. Esses baixos níveis podem potencialmente prejudicar a saúde bucal, corroendo o esmalte dos dentes e aumentando o risco de cáries e outros problemas dentários”, salienta.

Com relação a alimentos ricos em açúcar, como doces e novamente os refrigerantes, o dentista ressalta que eles são fontes de nutrientes para bactérias orais que coaboram para o surgimento de cáries. “No caso de balas, chicletes e caramelo, por exemplo, são alimentos pegajosos que costumam ficar presos entre os dentes por longos períodos, principalmente quando há deficiência na higienização, o que favorece o processo de gengivite, cárie e mau hálito”, pontua.

Avellaneda indica também outros hábitos que podem afetar a aparência dos dentes. Segundo ele, substâncias pigmentantes como café, vinho tinto e molhos geralmente mancham os dentes ao longo do tempo, deixando-os com uma aparência mais escura ou amarelada, comprometendo o sorriso.

Flúor é prejudicial para a saúde bucal?

De acordo com o dentista, muitas pessoas acreditam que o flúor é ruim, o que faz com que evitem seu uso e até mesmo incentivem outras pessoas a fazerem o mesmo. No entanto, ele alerta que esse tipo de pensamento é equivocado. “O flúor não é prejudicial para a saúde bucal. Na verdade, ele é seguro e eficaz quando usado de maneira correta. Isso significa que é importante que seu consumo seja orientado por um profissional durante as visitas regulares ao dentista”, recomenda.

Encontrado naturalmente em algumas águas e alimentos, e em produtos como creme dental e enxaguantes bucais, o flúor é um mineral considerado essencial para a saúde dos dentes. Segundo Avellaneda, ele não só ajuda a prevenir cáries como também a manter os dentes saudáveis. “Quando consumimos flúor, ele se incorpora aos cristais de hidroxiapatita, que são os minerais presentes no esmalte dos dentes, fortalecendo sua estrutura. Além disso, auxilia a remineralização do esmalte, ou seja, a reposição dos minerais perdidos durante o processo de desmineralização causado pela ação ácida das bactérias na boca. Isso resulta em dentes mais resistentes à cárie e à deterioração, proporcionando uma proteção eficaz contra os danos causados pela placa bacteriana”, explica. 

Mitos sobre os vilões da saúde bucal 

 Filipe Avellaned compartila os principais mitos:

  • Escova com cerdas duras são mais eficazes para a limpeza: a melhor forma de limpeza dos dentes está relacionada com a técnica de escovação e a frequência, sendo ideal o uso de cerdas macias que são mais gentis ao esmalte dental, não machucam a gengiva e podem alcançar regiões de mais difícil acesso;
  • Escovar com mais força ajuda a remover mais sujeira: a escovação forte é prejudicial tanto para os dentes quanto para a gengiva;
  • Usar enxaguante bucal com álcool limpa mais porque arde: o enxaguante bucal não remove a placa bacteriana e não é substituto do fio dental e da escova. O álcool presente nos enxaguantes desidrata a mucosa oral e seu uso é desaconselhado, principalmente para pacientes etilistas;
  • Bebidas dietéticas sem açúcar não causam danos aos dentes: muitas dessas bebidas são ácidas e permanecem na boca por um longo período de tempo, o que favorece a desmineralização da estrutura dental, podendo levar ao processo chamado de erosão dental;
  • Chiclete sem açúcar previne cáries: a principal forma de prevenir a cárie está relacionada à higienização com escova e fio dental associada ao creme dental contendo flúor. O chiclete sem açúcar é uma alternativa para quem gosta, mas não há nenhum estudo que comprove que ele previna cárie.

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