Como prevenir e tratar alergias comuns

Até 2050, metade da população mundial será alérgica, alerta Asbai

19 de julho de 2024 - às 10h00 (atualizado em 12/7/2024, às 17h27)

Na imagem, há uma mulher espirrando e segurando um lenço, aparentando ter uma reação alérgica. Em primeiro plano, há um vaso com flores, possivelmente a causa da alergia. A mulher está em um ambiente claro e bem decorado.
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), estima-se que até 2050, metade da população será alérgica. Atualmente, cerca de 61 milhões de brasileiros já sofrem com algum tipo de alergia, seja respiratória, de pele, alimentar ou a medicamentos. 

A alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico, geralmente contra uma proteína que deveria ser tolerada, como, por exemplo, amendoim e pólen. Marcelo Bechara, clínico geral e cirurgião, explica que pessoas com alergia ao amendoim podem apresentar inchaço. Ele também ressalta que, embora a maioria das pessoas não tenha problemas com pólen, as alérgicas podem ter vários sintomas, como congestão nasal. As alergias podem surgir de várias maneiras, mas Bechara destaca que os sintomas mais comuns são urticária (empolamento), inchaço, chiado no peito, tosse, falta de ar (às vezes, fechamento da glote), diarreia, vômitos, sangramento nas fezes e coceira na pele. Outras substâncias conhecidas como alérgenos são ácaros, pelos de animais, certos alimentos, picadas de insetos e medicamentos.

O que acontece dentro do corpo?

De acordo com o clínico geral, quando uma pessoa alérgica entra em contato com algo que causa alergia, como pelos de animais ou certos alimentos, o corpo pode reagir de forma exagerada, liberando as chamadas histaminas. “São substâncias químicas que o corpo produz para responder a algo que considera uma ameaça, mas, em pessoas com alergias, elas podem causar problemas. As histaminas podem irritar a pele, resultando em coceira. Elas também podem provocar inchaço e vermelhidão, porque aumentam o fluxo sanguíneo para certas partes do corpo. Se a reação for grave, pode ser difícil respirar, causando chiado no peito”, alerta.

Sintomas mais frequentes

  • Espirros: acontece quando algo irrita o nariz e o corpo tenta expulsar esse “invasor”. Pessoas com alergia espirram muito, especialmente quando estão perto do que as incomoda, como poeira;
  • Nariz entupido: também chamado de congestão nasal, é quando o nariz parece bloqueado e existe a dificuldade para respirar por ele. Isso acontece porque as passagens nasais ficam inchadas e cheias de muco, a substância pegajosa que ajuda a manter o nariz úmido;
  • Coriza: escorrimento de líquido pelo nariz. Pode ser transparente ou mais grosso, e é uma resposta do corpo para se livrar do que está irritando;
  • Coceira nos olhos: quando uma pessoa tem alergia, os olhos podem ficar vermelhos e coçar muito. Isso ocorre porque o alérgeno faz com que os olhos liberem substâncias que causam coceira. Coçar os olhos pode piorar a irritação e até causar infecções;
  • Pele vermelha ou urticária: parece como manchas ou vergões que coçam e podem ser quentes ao toque. É uma reação do corpo ao alérgeno, geralmente depois de tocar algo que causa alergia ou após comer algo a que a pessoa é alérgica;
  • Anafilaxia: uma reação alérgica muito grave e perigosa. Ela pode fazer a pessoa ter dificuldade para respirar, sentir o coração bater rápido, ou até desmaiar. Se isso acontecer, a pessoa precisa de ajuda médica imediatamente. 

Alergias mais comuns

  • Rinite alérgica: afeta o nariz, causando sintomas como espirros, coceira, nariz entupido ou escorrendo. Geralmente é desencadeada por alérgenos no ar, como pólen, poeira ou pelos de animais. É comum porque esses alérgenos estão em todos os lugares e facilmente inalados;
  • Alergia a alimentos: ocorre quando o sistema imunológico reage a certos alimentos como se fossem uma ameaça. Isso pode causar sintomas que vão desde coceira na boca até problemas graves como inchaço ou choque anafilático. Os alimentos mais comuns que causam alergias são leite, ovos, nozes, amendoim, trigo, peixe, frutos do mar e soja;
  • Alergia a medicações: o corpo reage a um medicamento como se fosse uma substância perigosa. Isso pode causar desde erupções cutâneas até problemas respiratórios ou choque anafilático. Medicamentos como antibióticos, analgésicos e anestésicos são frequentemente usados e, portanto, podem ser alérgenos para algumas pessoas;
  • Dermatite atópica: também conhecida como eczema, é uma condição que deixa a pele seca, coçando e inflamada. Pode ser causada por uma combinação de fatores genéticos e alérgenos no ambiente, como produtos químicos ou irritantes presentes em produtos de higiene ou roupas;
  • Picadas de insetos: quando uma pessoa reage exageradamente ao veneno de insetos como abelhas, vespas ou formigas. Os sintomas variam de uma leve vermelhidão até uma reação perigosa como o choque anafilático.

Diagnóstico e opções de tratamento 

Bechara explica que o diagnóstico de alergias geralmente envolve um histórico médico detalhado e um exame físico, podendo incluir procedimentos específicos, como testes cutâneos ou exames de sangue. “No primeiro método, são aplicadas pequenas quantidades de substâncias que podem causar alergias, geralmente no braço ou nas costas. Depois, o médico faz pequenas picadas ou arranhões para que a substância penetre na pele. Se a pessoa for alérgica a uma dessas substâncias, ela terá uma reação, como vermelhidão ou inchaço”, afirma. Ele destaca que esse teste é rápido e mostra resultados em poucos minutos. Já os exames de sangue medem a quantidade de anticorpos específicos que o corpo produz quando está em contato com algo que causa alergia. “São úteis para quem não pode fazer testes na pele, como pessoas que tomam certos medicamentos ou têm problemas de pele. Normalmente, esses exames podem levar mais tempo para dar resultados, mas identificam diferentes substâncias que causam alergia”, pontua.

Em casos de alergias graves, Bechara alerta que uma reação alérgica pode ser perigosa. “Para essas situações, pode ser recomendada a administração de um dispositivo portátil para aplicar a medicação rapidamente em uma emergência, um recurso que pode reverter ou diminuir os sintomas de uma reação alérgica grave, como dificuldade para respirar ou choque anafilático”, ressalta.

Medidas preventivas 

Para prevenir reações alérgicas, Marcelo Bechara recomenda adotar medidas que reduzam a exposição a substâncias que causam alergias e um ambiente seguro. Ele compartilha algumas dicas para ajudar com isso:

  • Evite substâncias que causam alergias: para alergias alimentares, sempre leia rótulos de alimentos e pergunte em restaurantes sobre ingredientes que podem ser perigosos para você; 

 

  • Casa limpa: é recomendado aspirar a casa regularmente para evitar o acúmulo de poeira e outras substâncias que podem causar alergias. Além disso, lavar as roupas de cama e cortinas para reduzir a presença de ácaros;

 

  • Filtros de ar: desde que estejam limpos, podem ajudar a reduzir a quantidade de poeira e pólen no ar da sua casa. Troque-os regularmente para garantir que continuem funcionando bem;
  • Proteja-se com roupas: se você for alérgico a plantas ou animais, use luvas e máscaras quando estiver perto deles. Também é aconselhável manter animais fora de ambientes como o quarto;
  • Pulseira e autoinjetor de epinefrina: para quem sofre com alergias graves, é recomendado usar uma pulseira de alerta médico para que as pessoas saibam em caso de emergência. Além disso, se você tiver um autoinjetor de epinefrina, mantenha-o sempre por perto e certifique-se de que as pessoas ao seu redor saibam como usá-lo.

 

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