Dengue: medicamentos Não recomendados em caso de suspeita

Uso indiscriminado de remédios sem orientação médica pode agravar a saúde

11 de abril de 2024 - às 13h07 (atualizado em 11/4/2024, às 13h07)

Homem recusando remédio
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

Os casos de dengue ainda são um desafio para o Brasil, o que também causa preocupações com relação aos perigos da automedicação. A dengue é uma doença transmitida por mosquitos e pode apresentar uma variedade de sintomas, desde febre e dores de cabeça até complicações graves, como hemorragias. O infectologista Marcos Boulos destaca que a dengue não possui um tratamento específico, apenas o uso de medicamentos sintomáticos, ou seja, que ajudam a aliviar essas manifestações, importantes para proporcionar conforto ao paciente enquanto o corpo combate a infecção. Renato Kfouri, infectologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), enfatiza: “Dipirona e paracetamol para febre ou dor. Eles são um dos poucos indicados para casos de sintomas da dengue, já que não interferem na coagulação do sangue”, pontua. 

No entanto, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), existem remédios que são contraindicados em casos de suspeita do vírus, pois pode agravar e evoluir o quadro clínico da doença. É o que também ressalta Boulos: “Devem ser evitados, por exemplo, aqueles que podem facilitar fenômenos hemorrágicos”. Kfouri, explica que o uso de substâncias que inibem o sistema imunológico, ou que sejam tóxicas especialmente para o fígado pode complicar a evolução. “Em caso de suspeita de dengue, não são recomendados os anti-inflamatórios, de uma maneira geral, os corticoides e os remédios à base de ácido acetilsalicílico. Lembrando que não é apenas o ácido acetilsalicílico puro; muitas vezes, ele está presente em vários outros remédios, então é importante sempre ler a bula. Toda vez que aparece na televisão, esses medicamentos devem ser contraindicados, se houver suspeita de dengue, pois exatamente são esses medicamentos que contém essas substâncias em sua composição”, alerta.

Medicamentos Não recomendados

  • Aspirina e AAS (ácido acetilsalicílico): não devem ser usados por pacientes com suspeita ou diagnóstico de dengue, pois podem aumentar o risco de sangramentos e agravar a doença. Eles têm efeito analgésico e antitérmico, mas afetam a coagulação;
  • Ibuprofeno e Nimesulida: estes anti-inflamatórios não esteroidais também aumentam as chances de sangramento e não devem ser utilizados no tratamento dos sintomas da dengue. Podem prejudicar o funcionamento das plaquetas, aumentando o risco de dengue hemorrágica;
  • Prednisona e Hidrocortisona: os corticoides, como prednisona, prednisolona, dexametasona e hidrocortisona, são contraindicados em caso de dengue ou suspeita da doença. Assim como os anti-inflamatórios, podem aumentar o risco de sangramento e agravar a situação do paciente;
  • Indometacina, Diclofenaco, Piroxicam, Naproxeno, Sulfinpirazona, Fenilbutazona e Sulindac: estes são anti-inflamatórios não esteroidais que também devem ser evitados no tratamento da dengue, pois podem aumentar o risco de sangramento;
  • Diflunisal, Salicilato de Sódio e Metilsalicilato: fazem parte da classe farmacêutica dos salicilatos, que inclui a aspirina e o AAS. Assim como estes, não devem ser usados por pacientes com suspeita ou diagnóstico de dengue devido ao aumento do risco de sangramento;
  • Ivermectina: apesar de circularem informações sobre o seu uso para combater o vírus da dengue, não há dados que comprovem sua eficácia. O Ministério da Saúde não reconhece nenhum protocolo que inclua a ivermectina no tratamento da dengue. Este medicamento é utilizado para combater vermes e não deve ser usado para tratar a dengue.

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