Dor no nervo ciático: o que é, causas, sintomas e como amenizar 

A dor no nervo ciático tem seu pico de incidência a partir dos 40 anos de idade e não faz distinção entre homens e mulheres

11 de agosto de 2023 - às 14h06 (atualizado em 28/11/2023, às 17h19)

Costas de mulher com as mãos na região lombar
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

A dor no nervo ciático, maior nervo do corpo humano, ocorre quando ele inflama ou sofre compressão. Ele começa na região da coluna lombar, se estende pelas pernas até os pés e passa pelos joelhos. Pelo ciático são transmitidas as informações do sistema nervoso central para o periférico e vice-versa. Essa dor também é chamada de ciatalgia ou lombociatalgia e pode ser desencadeada por vários fatores, como lesões, estresse, má postura e envelhecimento natural do corpo. A condição está ligada à presença de dor intensa, sensação de formigamento e fraqueza na região afetada.  

 

A dor no nervo ciático tem seu pico de incidência a partir dos 40 anos de idade, não faz distinção entre homens e mulheres e estima-se que possa acometer de 10% a 40% da população ao longo da vida.

 

Nervo ciático: fatores de risco mais comuns

 

Etiene Moreira Gomes, fisioterapeuta, com especialização em medicina tradicional chinesa, destaca que falta de atividade física regular e postura inadequada estão entre os principais contribuintes para o surgimento da dor no nervo ciático. Além desses fatores, existem outras influências que podem impactar o funcionamento do nervo:

 

  • Hérnia de disco: uma das causas mais comuns, ocorre quando o material interno do disco intervertebral pressiona o nervo ciático;

 

  • Estenose Espinhal: o estreitamento do canal espinhal pode comprimir o nervo ciático, resultando em dor e desconforto;

 

  • Espondilolistese: nessa condição, um dos ossos da coluna vertebral desliza sobre o outro, comprimindo o nervo;

 

  • Síndrome do piriforme: o músculo piriforme, localizado na região glútea, pode irritar o nervo ciático quando inflamado ou tensionado;

 

  • Traumas e lesões: Quedas, acidentes e lesões esportivas podem causar inflamação e compressão do nervo;

 

  • Má Postura: permanecer em posições inadequadas por longos períodos pode sobrecarregar a coluna vertebral e comprimir o nervo;

 

  • Sobrepeso e obesidade: o excesso de peso pode aumentar a pressão sobre a coluna e o nervo ciático;

 

  • Gravidez: o aumento de peso e a pressão sobre a coluna durante a gestação podem causar irritação no nervo;

 

  • Envelhecimento: com o tempo, os discos intervertebrais podem degenerar, levando à compressão do nervo;

 

  • Atividade física Intensa: exercícios de alto impacto ou movimentos repetitivos podem contribuir para a irritação do nervo.

 

  • Fatores genéticos: algumas pessoas podem ter predisposição genética para desenvolver problemas no nervo ciático.

 

  • Estresse emocional: o estresse crônico pode desencadear tensões musculares que afetam a coluna vertebral.

 

Sintomas: nervo ciático inflamado

 

Gomes destaca que uma pessoa pode identificar se está com problemas no nervo ciático ao apresentar alguns sinais característicos. “Esses sintomas incluem dor na parte posterior da perna e glúteo, bem como sensações de choque e queimação nas pernas. Geralmente, tais manifestações ocorrem em apenas um dos membros inferiores e podem ser acompanhadas por dores lombares leves. Em casos mais graves, pode ocorrer diminuição da força no membro afetado”, ressalta. Gomes também destaca que é comum que a dor melhore quando a pessoa está deitada, mas piore quando está sentada ou em pé. No entanto, a dor pode ser exacerbada ao espirrar ou tossir.

 

Além desses sinais, é possível destacar outros:

 

  • Sensação de formigamento ou alfinetadas ao longo do percurso do nervo;

 

  • Dificuldade em mover o pé ou os dedos do pé afetados;

 

  • Sensação de fraqueza ao levantar-se ou subir escadas;

 

  • Dor ou desconforto ao sentar-se por longos períodos;

 

  • Agravamento da dor ao tossir, espirrar ou fazer esforço;

 

  • Dificuldade em manter a posição ereta devido à dor;

 

  • Irradiação da dor para outras áreas do corpo, como virilha ou região lombar.

 

Diagnóstico: dor no nervo ciático

 

Alguns métodos de diagnóstico são essenciais para identificar a causa principal da dor no nervo ciático e guiar as escolhas de tratamento. Mas é importante destacar que a avaliação deve ser feita por um profissional de saúde experiente para assegurar um diagnóstico preciso e um plano de cuidados apropriados. São eles:

​​Exame físico: o teste de Lasègue, por ser sensível, pode detectar a dor nos casos de compressão do nervo ciático. Ele é feito com o paciente deitado e a perna estendida, causando uma dor muito forte e irritada até o pé. Além disso, também pode ocorrer fraqueza ou perda de sensibilidade em alguma parte do membro inferior;

Exames de imagem: tomografia ou ressonância da coluna lombar pode avaliar a presença de hérnia de disco.

 

Tratamentos: convencional, alternativo, complementar e cirurgia

 

Gomes destaca três tipos de tratamentos: convencional e abordagens alternativas e complementares. “O primeiro envolve remédios para combater a dor, como anti-inflamatórios e analgésicos, sob orientação médica”. Além disso, ela aponta que opções como fisioterapia, hidroterapia e pilates também são comuns e podem trazer alívio.

 

Sobre as abordagens alternativas ou complementares, a fisioterapeuta ressalta que algumas terapias manuais oferecem eficácia no alívio da dor. “Temos liberação miofascial, técnicas de Mulligan e Maitland ajudam muito”.  Ela também menciona o pilates solo e clínico como opções.

 

Entre as técnicas complementares, a especialista destaca a medicina tradicional chinesa, incluindo práticas como acupuntura, moxa e ventosa. Além disso, ela menciona que os óleos essenciais também podem ser úteis, contribuindo para o controle emocional e tendo impacto positivo no bem-estar físico. No entanto, é importante salientar que essas abordagens não substituem a importância das manipulações terapêuticas e do fortalecimento muscular. 

 

Além das abordagens citadas por Gomes, há também a cirurgia. Ela é indicada quando não há melhora com o tratamento clínico. Seu objetivo é remover a hérnia de disco, utilizando o microscópio ou o endoscópio. Atualmente, essas cirurgias são minimamente invasivas, permitindo o retorno precoce do paciente às suas atividades.

 

Gomes enfatiza que a escolha do método de tratamento mais adequado deve ser feita após avaliação e orientação de um profissional qualificado.

 

Prevenção: cuidar da saúde física e saúde mental

 

Segundo Gomes, a prevenção envolve movimentar o corpo e cuidar da saúde física, bem como da saúde mental. “Isso abrange a descompressão do nervo, o ganho de mobilidade articular e muscular, além do fortalecimento da musculatura, não apenas nas pernas, mas também no tronco, incluindo músculos como os do abdômen, coluna lombar e glúteos. Essa abordagem é crucial para estabilizar o corpo e prevenir lesões. A analogia da coluna com a estrutura de uma casa é pertinente: se uma coluna quebra, toda a casa desmorona, da mesma forma que a saúde do nosso corpo é afetada. O fortalecimento dos músculos na coluna e nas pernas é fundamental para manter uma postura saudável e sustentável”, afirma. 

 

Sobre a saúde mental, ela ressalta que, “quando há desequilíbrio emocional, isso pode afetar a postura, resultando em compensações no corpo que vão além da compressão do nervo ciático, afetando também outras áreas e causando diversas patologias e sintomas”.  Com relação às gestantes, Gomes enfatiza que elas merecem atenção especial, já que realizam exercícios e manipulações específicas de acordo com o estágio da gestação. 

 

 

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