Foliculite: o que é, causas, tipos, sintomas e tratamento

Previna e trate a foliculite com medidas simples e compreenda sua origem e variedade

5 de julho de 2024 - às 10h00 (atualizado em 27/6/2024, às 16h46)

A imagem mostra um close-up do rosto de um homem com barba, destacando uma área de irritação na pele abaixo dos pelos da barba. Um dedo está apontando para a área afetada, sugerindo um problema de dermatite seborreica ou outra condição de pele.
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

Os folículos pilosos fazem parte da estrutura da pele, sendo responsáveis pelo crescimento dos pelos e cabelos. Estão presentes em todo o corpo humano, com exceção das palmas das mãos, plantas dos pés e áreas de transição entre a pele e as mucosas, como os lábios. Quando ocorre inflamação ou infecção nesses folículos, é diagnosticada a foliculite. Segundo Paula Rahal, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), essa condição é mais comum em áreas específicas.“Ela é pode aparecer no rosto, couro cabeludo, peito, costas e nádegas”, salienta. A dermatologista explica que a aparência da foliculite pode se assemelhar a uma espinha ou acne, o que às vezes leva à confusão com outras condições de pele. De acordo com ela, as causas geralmente envolvem atrito e presença de bactérias. A foliculite tem tratamento e envolve basicamente medidas higiênicas ou, em casos mais severos, cuidados específicos e individualizados.

Rahal destaca que a foliculite pode ocorrer em qualquer pessoa ao longo da vida. No entanto, pessoas negras, asiáticas, com obesidade ou baixa imunidade têm mais chances de desenvolver a infecção. É o que também identificou o artigo Dermatologia na pele negra de Mauricio Alchorne e Marilda Morgado, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os dados indicaram que ao fazer a barba, por exemplo, o quadro chega a afetar até 83% dos homens negros, especialmente os jovens entre 14 e 25 anos. A explicação presente no trabalho está no formato do fio e na inclinação do folículo, ou seja, o pelo encaracolado nasce, muitas vezes, curvado para baixo e penetra na pele, ou cresce dentro do folículo, perfura a parede e penetra na derme. Esse é o motivo de pessoas negras terem mais pelo encravado e, por consequência, a foliculite.

Causas e fatores de risco

A foliculite geralmente ocorre devido a uma infecção causada por uma bactéria comum chamada Staphylococcus aureus, presente na pele das pessoas. Essa bactéria pode penetrar nos folículos pilosos, desencadeando a foliculite. Porém, a dermatologista destaca que outros fatores também podem provocar o problema, como a fricção constante de roupas apertadas na pele, lesões que facilitam a entrada de bactérias, e a obstrução dos folículos pilosos pelo uso de produtos para a pele, como óleo, loções ou cremes muito espessos. O uso inadequado de lâminas ou processos de depilação/barbear, como lâminas gastas e falta de higiene adequada, pode causar irritação e desenvolver a foliculite.

Tipos e sintomas da foliculite

Segundo  Paula Rahal, a foliculite é classificada em superficial ou profunda, dependendo da extensão do processo inflamatório. “Na forma superficial, ela afeta a parte superior do folículo piloso, causando vermelhidão, sensibilidade e pequenas pústulas parecidas com espinhas. Geralmente, é possível observar o pelo no centro da lesão, que provoca coceira. Já na foliculite profunda, a inflamação atinge todo o folículo piloso, chegando à raiz. Isso resulta em uma lesão avermelhada com um nódulo endurecido e pus no centro. Sintomas como coceira, dor, inchaço e tumefação local são comuns nesses casos, sendo uma infecção mais grave que pode levar à destruição do folículo e deixar cicatrizes”, esclarece.

A dermatologista ressalta que tanto a foliculite superficial quanto a profunda podem surgir de várias formas. São elas:

Foliculite superficial 

  • Foliculite estafilocócica: causada pelo Staphylococcus aureus, essa forma apresenta pequenos nódulos vermelhos com um ponto branco no centro, coçando e doendo;
  • Foliculite por pseudomonas: também conhecida como foliculite da banheira, é transmitida por bactérias pseudomonas, causando erupções cutâneas com lesões cheias de pus;
  • Pseudofoliculite da barba (coceira de barbeiro): inflamação causada por pelos encravados, comum em homens negros adultos, especialmente no rosto e pescoço;
  • Foliculite pitirospórica: infecção causada pelo fungo Pytirosporum ovalle (malassezia), manifestando-se com lesões em forma de papulopústulas.

Foliculite profunda

  • Foliculite ou sicose da barba: transmitida pelo Staphylococcus aureus, afeta a região da barba em homens adultos, formando pápulas, pústulas ou crostas;
  • Foliculite gram-negativa: desenvolve-se em pessoas que utilizam antibióticos orais por longos períodos, alterando a flora bacteriana e promovendo o aparecimento de bactérias gram-negativas;
  • Furúnculos e carbúnculos: lesões decorrentes da infecção profunda do folículo piloso pelo Staphylococcus aureus, afetando uma única área ou formando aglomerados de furúnculos;
  • Foliculite eosinofílica: associada a pacientes com HIV/aids e baixa imunidade, manifestando-se com lesões semelhantes a espinhas no rosto, coceira intensa e manchas escuras.

O que agrava a foliculite?

  • Roupas justas e apertadas causam fricção entre a roupa e a pele, agravando a foliculite;
  • Coçar e esfregar a região inflamada pode tornar a condição mais propensa e recorrente, além de causar desconforto e disseminar a infecção;
  • A exposição a ambientes úmidos e quentes também favorece o crescimento de bactérias e fungos que podem ocasionar a foliculite;
  • O compartilhamento de objetos de higiene pessoal, como lâminas ou toalhas, assim como métodos inadequados de depilação, pode contribuir para a propagação e agravamento da condição;
  • Por fim, alterações hormonais, como menstruação, gravidez e menopausa, também podem contribuir para a incidência da foliculite.

Tratamento

De acordo com a dermatologista, o tratamento varia conforme a gravidade, mas uma higiene adequada com sabão antisséptico para limpar a região, evitar tentativas de espremer, não utilizar roupas apertadas, evitar coçar e ter cuidado redobrado, ou até mesmo optar por outros métodos de depilação, como o laser, pode amenizar os sintomas. Ela alerta que em casos de ausência de melhora ou até agravamento da condição, é necessário uma avaliação dermatológica para verificar a necessidade de prescrever medicamentos orais, como antibióticos ou antifúngicos, ou tópicos, como hidratantes ou loções com ingredientes antibacterianos, anti-inflamatórios ou antifúngicos.

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