Gripe, resfriado, COVID-19 ou dengue: entenda diferenças e sintomas

Identificar as diferenças entre essas doenças, especialmente quando os sintomas se sobrepõem ou são semelhantes é um dos maiores desafios

23 de abril de 2024 - às 09h11 (atualizado em 23/4/2024, às 09h20)

Homem com sintomas de gripe, resfriado ou Covid-19
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

Gripes, resfriados, COVID-19 e dengue são doenças virais que podem afetar as pessoas em diferentes épocas do ano. Segundo Dania Abdel Rahman, infectologista e coordenadora do setor de Infectologia Clínica e Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Albert Sabin de SP (HAS), embora compartilhem semelhanças em alguns sintomas, como febre e dores no corpo, elas possuem outras diferenças que precisam ser compreendidas para que se tenha diagnóstico e tratamento eficazes. “A gripe é provocada pelo vírus da família influenza; o resfriado, por rinovírus, adenovírus e parainfluenza; a COVID-19 pelo Sars-CoV-2, da família do coronavírus e a dengue, por flavivírus”, destaca.

Identificar as diferenças entre essas doenças, especialmente quando os sintomas se sobrepõem ou são semelhantes é um dos maiores desafios. Embora algumas características, como o modo de evolução dos sintomas, possam fornecer pistas iniciais, muitas vezes é necessária a realização de testes específicos para confirmar o diagnóstico com precisão. 

A infectologista compartilha outras informações detalhadas e exemplos que ajudam a esclarecer as diferenças: 

  • Gripe (influenza): além dos sintomas comuns de um resfriado, como coriza e tosse, a gripe é caracterizada por febre alta, dores musculares e fadiga extrema. Por exemplo, alguém com gripe pode relatar dificuldade para sair da cama devido à fraqueza generalizada. Complicações graves, como pneumonia, podem ocorrer, especialmente em grupos de risco, como idosos e pessoas com condições médicas subjacentes;
  • Resfriado comum: geralmente é causado por rinovírus e apresenta sintomas mais brandos do que a gripe. É comum ter congestão nasal, coriza, espirros e tosse leve. Por exemplo, alguém com resfriado pode continuar realizando suas atividades diárias, embora possa se sentir desconfortável devido à coriza e à tosse. Os sintomas tendem a desaparecer em uma semana, mesmo sem tratamento específico;
  • COVID-19: doença respiratória grave. Os sintomas incluem febre, tosse seca, falta de ar, fadiga, dores no corpo e perda de paladar ou olfato. Um exemplo prático seria alguém que apresenta tosse persistente, dificuldade para respirar e uma sensação de opressão no peito. A COVID-19 pode levar a complicações graves, como pneumonia e síndrome respiratória aguda grave (SRAG), requerendo hospitalização e até ventilação mecânica em casos extremos;
  • Dengue: transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, a dengue é caracterizada por febre alta, dores de cabeça intensas, dores musculares e articulares, náuseas e vômitos. Uma pessoa com dengue pode apresentar febre repentina e dor de cabeça severa, que é comumente referida como “dor nos olhos”. A dengue pode levar a complicações graves, como sangramento, choque e falência de órgãos, especialmente se não for tratada prontamente.

Tratamento, prevenção e o que evitar

  • Gripe (influenza): o tratamento geralmente envolve repouso, hidratação adequada e medicamentos para aliviar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos. Em alguns casos, especialmente em pacientes de alto risco, podem ser prescritos antivirais. A prevenção é possível através da vacinação anual e de práticas de higiene, como lavar as mãos regularmente e evitar o contato próximo com pessoas doentes.
  • Resfriado comum: o tratamento geralmente envolve repouso e hidratação para ajudar o corpo a se recuperar. Além disso, a prevenção inclui práticas de higiene, como lavar as mãos regularmente, evitar o contato próximo com pessoas doentes e manter um estilo de vida saudável para fortalecer o sistema imunológico. No caso do resfriado comum, é recomendado evitar o uso excessivo de antibióticos, pois também é uma doença viral;
  • COVID-19: os cuidados varia dependendo da gravidade dos sintomas e pode incluir repouso, hidratação, medicamentos para aliviar os sintomas e, em casos graves, suporte respiratório e hospitalização. A prevenção da COVID-19 é essencialmente baseada em medidas de controle de infecção, como o uso de máscaras faciais e lavagem frequente das mãos. Além disso, a vacinação é recomendada para reduzir o risco de infecção e complicações. Não é recomendado se automedicar, pois pode causar efeitos colaterais graves.
  • Dengue: o tratamento também envolve repouso, hidratação adequada e controle da febre com medicamentos antitérmicos. Em casos mais graves, pode ser necessária hospitalização para monitoramento e tratamento adequado. A prevenção da dengue é baseada principalmente na eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, como recipientes de água parada, uso de repelentes e proteção física contra picadas de mosquitos, como telas em janelas e portas. No caso da dengue, o uso de medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico (aspirina) deve ser evitado, pois pode aumentar o risco de sangramento devido aos efeitos anticoagulantes. Além disso, evitar a automedicação com analgésicos que contenham ibuprofeno ou naproxeno, pois podem aumentar o risco de sangramento e agravar os sintomas.

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