Hipertensão arterial: conheça, previna e controle

Saiba como reduzir a pressão arterial e proteger sua saúde cardiovascular

6 de agosto de 2024 - às 10h00 (atualizado em 1/8/2024, às 20h45)

A imagem mostra uma pessoa medindo a pressão arterial em casa. Ela está sentada em um sofá, usando uma camisa de manga comprida azul clara e calça jeans. O braço esquerdo está apoiado e possui uma braçadeira de pressão arterial inflada. A pessoa está segurando a bomba de borracha usada para inflar a braçadeira com a mão direita. Em uma mesa à frente, há um monitor digital de pressão arterial que está conectado à braçadeira.
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

Nos últimos 30 anos, o número de adultos entre 30 e 79 anos diagnosticados com hipertensão arterial, mais conhecida como pressão alta, duplicou, passando de 650 milhões para 1,28 bilhões, de acordo com uma pesquisa global conduzida pelo Imperial College London e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No contexto brasileiro, dados do Ministério da Saúde revelam que, diariamente, 388 pessoas perdem suas vidas devido a complicações relacionadas à pressão alta. Jussara Carvalho dos Santos, professora de pós-graduação em Enfermagem na UNG, explica que a hipertensão arterial é uma condição crônica caracterizada pelo aumento da pressão sanguínea nas artérias, que pode atingir valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg (ou 14 por 9). Ela destaca que essa elevação coloca uma sobrecarga no coração, que precisa trabalhar mais intensamente para garantir a circulação adequada do sangue por todo o corpo.

Tendências na hipertensão: genética e estilo de vida

De acordo com o Ministério da Saúde, a predisposição genética é responsável por cerca de 90% dos casos de hipertensão. No entanto, outros aspectos influenciam os níveis de pressão arterial. Carvalho ressalta que os hábitos do dia a dia também agravam a condição. “Uma dieta rica em sódio, gorduras saturadas e açúcares, aliada ao sedentarismo, contribui significativamente para o desenvolvimento e agravamento da hipertensão. Além disso, o consumo excessivo de álcool e tabaco está associado ao aumento da pressão arterial”, alerta.

Riscos associados à hipertensão arterial 

A hipertensão arterial traz uma série de riscos. A professora compartilha alguns que, além das complicações na saúde, podem levar a consequências irreversíveis e até mesmo à morte precoce:

  • Acidente Vascular Cerebral (AVC): a hipertensão aumenta a pressão nas artérias, o que pode danificar os vasos sanguíneos no cérebro. Isso pode levar a um AVC, onde o suprimento de sangue para uma parte do cérebro é interrompido, causando danos permanentes ao tecido cerebral e às funções neurológicas;
  • Enfarte: a pressão alta aumenta a carga de trabalho do coração, o que pode levar ao enfraquecimento do músculo cardíaco. Isso pode predispor alguém a ataques cardíacos, onde o suprimento de sangue para uma parte do coração é bloqueado, resultando em danos ao músculo cardíaco;
  • Aneurisma arterial: a hipertensão pode enfraquecer as paredes dos vasos sanguíneos, levando ao desenvolvimento de um aneurisma. Um aneurisma é uma dilatação anormal e enfraquecida em uma artéria, que pode se romper e causar hemorragia interna potencialmente fatal;
  • Insuficiência renal: a pressão arterial elevada pode danificar os pequenos vasos sanguíneos nos rins ao longo do tempo, levando à diminuição da função renal. Isso pode resultar em insuficiência renal, onde os rins não conseguem filtrar os resíduos e o excesso de fluidos do sangue adequadamente, levando a sérios problemas de saúde;
  • Insuficiência cardíaca: a hipertensão crônica pode sobrecarregar o coração, levando a um enfraquecimento gradual do músculo cardíaco. Com o tempo, isso pode resultar em insuficiência cardíaca, onde o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo.

Principais tipos de hipertensão arterial 

Hipertensão Primária (ou Essencial):

  • É a forma mais comum de hipertensão, afetando a maioria das pessoas com pressão arterial elevada;
  • Não tem uma causa específica identificável;
  • Desenvolve-se ao longo do tempo devido a uma combinação de fatores genéticos, estilo de vida e influências ambientais;

Hipertensão Secundária

  • Resulta de uma causa subjacente identificável, como uma condição médica ou uso de certos medicamentos;
  • Pode ser causada por doenças renais, distúrbios hormonais, apneia do sono, uso de contraceptivos orais, entre outras condições;
  • Representa uma parcela menor de casos de hipertensão, mas é importante identificar e tratar a causa subjacente para controlar a pressão arterial.

Sintomas, diagnóstico e tratamento

Os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente quando a pressão sobe muito: podem ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal.

Sobre o diagnóstico, o Ministério da Saúde recomenda medir a pressão regularmente. Pessoas acima de 20 anos de idade devem medir a pressão ao menos uma vez por ano. Se houver casos de pessoas com pressão alta na família, deve-se medir no mínimo duas vezes por ano.

De acordo com Carvalho, a pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada. “Quando se trata de hipertensão primária, o médico geralmente começa com recomendações de mudanças no estilo de vida, como aumento da atividade física, cessação do tabagismo e moderação no consumo de sal.Em contraste, na hipertensão secundária, ele foca em tratar a causa subjacente para reduzir a pressão arterial elevada”, salienta.

Nova diretriz da OMS para tratamento de hipertensão

O documento “WHO Guideline for the pharmacological treatment of hypertension in adults”, lançado recentemente, traz novas recomendações para ajudar os países a melhorarem o tratamento da hipertensão.

Essa nova diretriz global sobre o tratamento da hipertensão é a primeira em 20 anos e oferece orientações atualizadas com base em evidências. As recomendações incluem informações sobre quando iniciar a medicação, que tipo de medicamento usar, qual deve ser o objetivo da pressão arterial e com que frequência realizar verificações de pressão arterial. Além disso, a diretriz mostra como médicos e outros profissionais de saúde podem ajudar a melhorar a detecção e o controle da hipertensão.

Medidas preventivas

  • Adotar uma dieta saudável, que consiste em reduzir o consumo de sódio, aumentar a ingestão de frutas, vegetais e grãos integrais, e limitar a ingestão de gorduras saturadas e colesterol;
  • Manter um peso saudável, pois isso auxilia na redução da pressão arterial.
  • Praticar atividade física regularmente;
  • Reduzir o consumo de álcool;
  • Parar de fumar, visto que o tabagismo eleva a pressão arterial e aumenta o risco de complicações cardiovasculares;
  • Gerenciar o estresse, procurando adotar estratégias de enfrentamento saudáveis.

 

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