Infarto silencioso: os fatores de risco menos conhecidos ou ignorados

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, aproximadamente 400 mil mortes ocorrem anualmente devido a problemas no coração. A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) destaca que muitas dessas fatalidades poderiam ser evitadas com diagnóstico precoce, prevenção e controle de fatores de risco conhecidos, como pressão alta, tabagismo, colesterol alto e excesso de peso. No entanto, Salete Nacif, diretora da SOCESP e membro do SOCESP Mulher, alerta que muitos que têm ataques cardíacos podem não apresentar sintomas que indiquem esses fatores de risco tradicionais.“Há outros sinais que podem confundir, como fadiga mais intensa que o habitual, alterações no sono e ganho de peso. No contexto das doenças cardíacas, o paciente pode começar a ganhar peso devido à retenção de líquidos causada pela falência do coração ou pela fraqueza no bombeamento cardíaco”, pontua.

Robert Byrne, Diretor de Pesquisa Cardiovascular na RCSI University of Medicine and Health Sciences na Irlanda, e John J. Coughlan, pesquisador em cardiologia interventiva na mesma instituição, identificaram que, além desses sinais, problemas como gota, psoríase, inflamação intestinal e artrite reumatoide também podem aumentar o risco de doenças cardíacas. Eles explicam que isso pode ocorrer devido à inflamação no corpo. Eles salientam que, às vezes, esses sintomas são ignorados devido à agitação do dia a dia. E aí que mora o perigo! Byrne e Coughlan salientam que pessoas que não apresentam nenhum sinal podem sofrer com o chamado infarto silencioso.

O infarto silencioso, também conhecido como infarto do miocárdio silencioso, é uma condição na qual uma pessoa sofre um ataque cardíaco sem apresentar sintomas evidentes ou perceptíveis. Pode ser identificado apenas por meio de exames médicos, como eletrocardiograma ou teste de sangue para detectar enzimas cardíacas. Essa ausência de sintomas torna o problema ainda mais perigoso, pois a pessoa pode não procurar ajuda médica imediata. Como resultado, muitas vezes não é diagnosticado precocemente, o que pode levar a complicações graves, como insuficiência cardíaca ou até mesmo morte súbita.

Outros sinais silenciosos de alerta 

• Inflamação crônica: gota, psoríase, doença inflamatória intestinal e artrite reumatoide podem aumentar o risco de doenças cardíacas, incluindo infarto;
• Estresse crônico: o estresse prolongado pode desencadear uma resposta inflamatória no corpo e contribuir para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares;
• Apneia do sono: um distúrbio caracterizado por pausas na respiração durante o sono, está associada a um maior risco de doenças cardiovasculares, incluindo infarto;
• Fadiga Excessiva: cansaço extremo mesmo após o descanso adequado pode ser um sinal de problemas cardíacos, especialmente se for um sintoma persistente e sem causa aparente;
• Falta de ar: respiração curta ou dificuldade para respirar, especialmente durante atividades normais ou mesmo em repouso;
• Inchaço: inchaço nas pernas, tornozelos, pés ou abdômen pode ser um sinal de que o coração não está funcionando corretamente, resultando em acúmulo de fluido no corpo;
• Náuseas ou indigestão: embora esses sintomas possam ser causados por uma série de condições, em alguns casos, podem estar relacionados a problemas cardíacos, especialmente em mulheres;
• Sudorese excessiva: suar mais do que o habitual, especialmente sem motivo aparente, pode ser um sinal de alerta de problemas cardíacos, especialmente quando acompanhado por outros sintomas.

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