Trombose: o que é, causas, sintomas e tratamento

Dados alarmantes sobre a trombose no Brasil e orientações para cuidados.

5 de agosto de 2024 - às 10h00 (atualizado em 1/8/2024, às 20h34)

A imagem mostra um coágulo de sangue dentro de um vaso sanguíneo. O coágulo é composto principalmente por várias células vermelhas do sangue agrupadas, além de algumas células brancas. Essas células estão unidas por filamentos finos, provavelmente de fibrina, que ajudam a manter o coágulo coeso. Em volta do coágulo, há algumas células vermelhas do sangue isoladas, flutuando no vaso sanguíneo.
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

A trombose é quando se formam coágulos que bloqueiam o fluxo sanguíneo. De acordo com Mary Falcão, Angiologista e Cirurgiã Vascular, existem dois tipos: a trombose venosa profunda (TVP) nas veias das pernas e a trombose arterial nas artérias, geralmente devido ao acúmulo de gordura, chamado de aterosclerose. “A TVP pode ocorrer por motivos como ficar muito tempo sem se mexer, cirurgias, traumas, predisposição genética, câncer, uso de hormônios, gravidez, pós-parto e obesidade. Já a trombose arterial está relacionada a hábitos como fumar, diabetes, pressão alta e alto colesterol”, explica. 

Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), com dados do Datasus e Ministério da Saúde, a trombose é um desafio no Brasil. Diariamente, em média, 113 pessoas são internadas no sistema público para tratar essa condição. Entre janeiro de 2012 e maio de 2022, 425.404 brasileiros foram hospitalizados por causa da trombose venosa. A maioria desses casos (92,7%) foi considerada urgente, destacando a importância do diagnóstico precoce e de um tratamento adequado.

Sintomas e sinais

Angiologista e Cirurgiã Vascular explica que em aproximadamente metade dos casos, a trombose não manifesta sintomas no paciente. No entanto, ela ressalta que podem surgir alguns sinais da doença:

  •  Dor de forte intensidade nas pernas, principalmente nas panturrilhas, podendo chegar até o pé e o tornozelo. Surge de forma súbita e é persistente;
  •  Sensação de queimação na região afetada;
  • Mudanças na cor da pele da região afetada pela doença, que começa a ficar vermelha ou azul;
  • Edema (inchaço) na perna afetada;
  • Na maioria dos casos a trombose surge em apenas 1 membro. 

Ricardo Bruno, Mestre e Doutor em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Chefe do Serviço de Reprodução Humana do Instituto de Ginecologia da UFRJ e Diretor Médico da Exeltis Brasil, destaca que esses sinais são comuns em pessoas que viajam muito numa mesma posição. “Dor na panturrilha e na batata da perna são locais bastante comuns de ter trombose, principalmente em situações de viajantes, por ficarem muito tempo sentados, e até dificuldade de andar”, pontua. 

Bruno alerta que quando esse trombo se desloca, pode ir para uma veia muito pior do que uma da perna, como do pulmão, causando uma embolia. “Quando há esse deslocamento, as consequências são piores, podendo causar dor no peito, dificuldade de respirar, e a pessoa pode chegar até a ter uma parada cardíaca”, salienta.

Quais são os meios de prevenir? 

Segundo a Angiologista e Cirurgiã Vascular, a prevenção da trombose pode ser feita através de uma alimentação saudável, boa hidratação e prática regular de exercícios físicos, o que melhora a circulação sanguínea, diminui processos inflamatórios e evita o acúmulo de placas de gordura nos vasos sanguíneos.

Ela também indica que pessoas que têm varizes, problemas circulatórios ou que permanecem por muito tempo sentadas, é  aconselhado usar as meias elásticas de compressão. Além disso, em situações em que é necessário permanecer parado por muito tempo, como no caso de pessoas acamadas, é recomendado mudar a posição da pessoa regularmente, pelo menos a cada 2 horas.

Ricardo Bruno completa: “a trombose pode ser adquirida durante a vida por vários fatores ou pode ser hereditária, ou seja, você já nasce com a predisposição genética a ter trombose. Então, se você já sabe que tem um histórico familiar, é preciso tomar alguns cuidados, principalmente com os fatores mais ligados ao risco de trombose, como obesidade, diabetes, hipertensão. A gravidez é um fator fisiológico, mas que aumenta muito o risco de trombose, assim como o uso de contraceptivos que contêm estrogênio. Se você já sabe desse histórico, é indicado fazer bastante exercício, manter a musculatura sempre rígida, não ganhar peso, evitar anticoncepcionais com estrogênio, ter uma preocupação maior durante a gravidez, às vezes fazendo até uma profilaxia contra a trombose, usar medicações para se prevenir em casos de cirurgias, entre outros”, pontua.

Tratamento trombose

Mary Falcão explica que o tratamento da trombose geralmente envolve o uso de anticoagulantes, que podem ser administrados por via oral ou injetável. Em situações mais graves, como casos de trombose mais agressiva, podem ser empregados trombolíticos, administrados de forma intravenosa ou arterial. Além disso, em circunstâncias extremas, pode ser considerada a remoção mecânica dos trombos por meio de uma intervenção cirúrgica conhecida como trombectomia. 

 

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