Vape: os perigos do cigarro eletrônico
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), jovens que usam cigarros eletrônicos têm duas vezes mais chances de tornarem-se fumantes na vida adulta
27 de novembro de 2023 - às 17h12 (atualizado em 27/11/2023, às 17h19)
Envato
Escrito por
Dayana Bonetto
Redatora Let's Move 360
Vape, o cigarro eletrônico, é um dispositivo que aquece líquidos, convertendo-os em vapor para serem inalados. Tem sido utilizado como alternativa ao tabagismo convencional, mas Charles Klein, médico psiquiatra, alerta que é importante observar que tanto os produtos com nicotina quanto os anunciados como livres dessa substância, podem trazer sérias complicações à saúde. Além disso, ele ressalta que alguns contêm substâncias tóxicas, tornando-se prejudiciais à saúde. “Devemos lembrar que o vape é um dispositivo proibido no Brasil. Portanto, não há regulamentação nem fiscalização sobre o que está sendo inalado nestes dispositivos. Há várias marcas com composições muito diferentes, algumas com vitaminas, que são vendidas como suplementos, com o discurso de ser saudável, mas isso está longe de ser verdade. Não há estudos sérios, com embasamento científico, que comprovem algum benefício”, alerta.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), jovens que usam cigarros eletrônicos têm duas vezes mais chances de se tornarem fumantes na vida adulta. Em relação ao impacto do uso prolongado desses dispositivos, a OMS destaca que estudos recentes sugerem que o uso de vapes pode aumentar o risco de doenças cardíacas e distúrbios pulmonares.
Consequências do uso do vape para a saúde
Klein ressalta que o uso do vape pode causar uma série de consequências para a saúde, “Além das repercussões pulmonares, a gama de efeitos colaterais é vasta e inclui sintomas como diarreia, vômito, dor abdominal, irritação nos olhos e na garganta, lesões na boca, irritabilidade, estresse e até perda dentária”, afirma. Para ele, essa relação de problemas só comprova que o vape está longe de ser um produto inofensivo. “Pelo contrário, é considerado perigoso, com relatos documentados de mortes associadas ao seu uso”, enfatiza.
Com relação ao âmbito respiratório, o médico psiquiatra destaca que o cigarro eletrônico pode desencadear condições graves. “EVALI (Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarro Eletrônico ou Vaping) e enfisema pulmonar. Sintomas como falta de ar ou sensação de não estar inalando ar suficiente, tosse persistente, produção excessiva de muco e respiração ofegante são sinais preocupantes que não devem ser ignorados”, alerta.
Efeitos do cigarro eletrônico no corpo
- Lesão Pulmonar Associada ao uso de cigarro eletrônico (EVALI): uma condição grave que afeta os pulmões, resultando em danos agudos e sintomas respiratórios severos. O EVALI pode levar a complicações sérias e, em casos extremos, à insuficiência respiratória;
- Enfisema pulmonar: uma condição crônica em que os alvéolos dos pulmões ficam danificados, comprometendo a elasticidade pulmonar. Isso pode resultar em dificuldades respiratórias a longo prazo;
- Sintomas respiratórios: falta de ar ou sensação de não estar inalando ar suficiente. Isso indica comprometimento da função pulmonar, podendo ser um sintoma de diversas condições respiratórias, incluindo o enfisema;
- Tosse persistente: uma resposta do corpo para tentar eliminar substâncias estranhas presentes nas vias respiratórias;
- Produção excessiva de muco: pode ser um sinal de irritação nas vias respiratórias, podendo contribuir para problemas respiratórios;
- Respiração ofegante: dificuldade respiratória que pode indicar obstrução das vias aéreas ou comprometimento da função pulmonar;
- Diarreia: um sintoma gastrointestinal que pode estar relacionado a irritações no sistema digestivo;
- Vômito: pode ser uma resposta do corpo a substâncias irritantes ou tóxicas;
- Dor abdominal: desconforto na região do abdômen, podendo estar associado a problemas gastrointestinais;
- Irritação nos olhos e garganta: pode ser causada pelos vapores liberados pelos cigarros eletrônicos, afetando as mucosas;
- Lesões na boca: danos à mucosa oral, podendo ser causados pelos componentes químicos presentes nos vapores;
- Irritabilidade e estresse: efeitos psicológicos que podem estar relacionados à nicotina presente nos dispositivos;
- Perda dentária: o estresse oxidativo e inflamação associados ao uso do vape podem contribuir para problemas dentários, incluindo a perda de dentes.
Vale trocar o cigarro convencional pelo eletrônico?
Klein recomenda não usar vape ou cigarros convencionais. De acordo com ele, a lista de prejuízos para a saúde é grande em ambas as opções. No entanto, para ele, o uso do vape causa mais preocupação hoje. “As pessoas já sabem que cigarro de tabaco não faz bem. Por outro lado, o vape é visto e vendido como inofensivo, e isso está causando uma multidão de dependentes, principalmente entre o público adolescente. Os pais devem ficar atentos a esse novo risco. O vape pode conter substâncias tóxicas ou mesmo desconhecidas. Isso sem falar da nicotina, substância com alto poder de causar dependência. Só para se ter uma ideia, há marcas de vape que contêm 600 mg de nicotina em cada refil de 12 ml. Isso equivale a 600 cigarros convencionais! E tem gente que usa um refil a cada 5 dias. Portanto, não podemos acreditar no discurso de que cigarro eletrônico faz bem”, avisa.
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