Exercícios cognitivos: como preservar a saúde cerebral

Manter o cérebro ativo é vital! Descubra como os exercícios cognitivos beneficiam todas as idades

22 de abril de 2024 - às 08h25 (atualizado em 22/4/2024, às 08h25)

Pessoas jogando xadrez
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

Os exercícios cognitivos são essenciais para manter o cérebro ativo, o órgão mais complexo do corpo humano. Ele processa, interpreta e responde a informações sensoriais, além de controlar emoções, armazenar memória, inteligência e criatividade. Mesmo com o cérebro se exercitando diariamente, atividades específicas podem aprimorar sua função e conectividade, protegendo contra a degeneração relacionada à idade. Essenciais para todas as idades, os exercícios cognitivos desempenham um papel fundamental na preservação da saúde cerebral.

Para o neurologista Rodrigo Silveira, quando se fala em exercício cognitivo, vale a pena lembrar que a atividade física também faz parte desse treinamento cerebral. “Tanto a musculação quanto a atividade aeróbica são essenciais para manter o tônus dos neurônios, a tonicidade muscular e o equilíbrio hormonal. Ambas também contribuem para a liberação adequada de irisina, um hormônio crucial para a saúde neuronal durante a prática da musculação”, destaca. 

Exercícios cognitivos e a formação de sinapses

Segundo Silveira, exercícios cognitivos que desafiam o cérebro, facilitando a formação de sinapses, são essenciais. “Um exemplo são as palavras cruzadas, bastante benéficas para a cognição, especialmente entre os idosos. A aprendizagem de uma nova língua também é um estímulo valioso, exigindo esforço cerebral, ativando áreas de linguagem, conexão e memória. Essas práticas são vantajosas tanto para crianças quanto para jovens”, indica. Além disso, ele destaca que a meditação, apesar de não parecer uma atividade cognitiva, é um tipo de atividade que auxilia na cognição.

Como a prática regular de atividades cognitivas evitam a piora cognitiva?

Segundo o neurologista, ao longo do envelhecimento ocorre uma perda das sinapses, ou seja, a comunicação de um neurônio com outro. “Ela vai ficando mais fragilizada, bem como acontece a morte dos neurônios. Isso ocorre conforme se tem mais idade, mas acontece. Quando olhamos a ressonância magnética de um paciente mais jovem e outra de uma pessoa idosa, é possível perceber que o paciente idoso tem um cérebro mais magro, com menos células, com células com trofismo menor. Então, essas atividades cognitivas estimulam o tempo inteiro a comunicação entre neurônios, fazem novas conexões e também mantêm aquela população de neurônios ativa, evitando que elas morram e emagreçam”, salienta.

Silveira ressalta que o conjunto da obra associado à boa alimentação em prática de atividade física faz com que essas conexões se mantenham por mais tempo e de forma mais firmes. “Não só se mantenham, como também se criem novas conexões, o que é fundamental para que o cérebro não envelheça”. 

Abordagens específicas de acordo com a idade 

O exercício cognitivo é uma prática que pode ser adaptada para todas as faixas etárias. Segundo o neurologista Rodrigo Silveira, o foco dessas atividades varia conforme as necessidades individuais. No entanto, ele destaca que um exercício para um jovem pode não ser o mesmo para uma pessoa mais velha. “Para os jovens, atividades cognitivas podem se concentrar em aspectos como linguagem, enriquecendo o vocabulário e facilitando a expressão de sentimentos. Em crianças, a abordagem pode envolver atividades lúdicas que estimulam o desenvolvimento motor e cognitivo. Já para os idosos, além de aprimorar a cognição, as atividades são planejadas para integrar-se ao cotidiano, melhorando a comunicação e facilitando a execução de tarefas diárias”, indica.

O neurologista ressalta que Ee todas as fases da vida, a personalização é essencial, considerando preferências individuais, interesses e até mesmo limitações. Ele completa: “A combinação de exercícios cognitivos com emoções positivas é destacada como um fator crucial para promover um ganho cognitivo significativo, proporcionando benefícios abrangentes e adaptados a cada estágio da jornada humana”. 

Exercícios cognitivos para todas as idades

  • Leitura regular: estimula a concentração, amplia o vocabulário e promove a imaginação, sendo uma prática benéfica para todas as idades;
  • Jogos de tabuleiro e quebra-cabeças: favorecem o raciocínio lógico e a resolução de problemas, proporcionando um desafio cognitivo apropriado para diferentes faixas etárias;
  • Aprendizado de novos idiomas: contribui para o desenvolvimento cognitivo em qualquer idade, estimulando áreas relacionadas à linguagem;
  • Música e ritmo: a prática de um instrumento ou a exploração de ritmos promove memória e coordenação, além de oferecer satisfação pessoal; 
  • Atividades artísticas: pintura, desenho e escultura beneficiam a criatividade e a coordenação motora, adaptando-se a diferentes fases da vida;
  • Palavras cruzadas e caça-palavras: específicos para o desenvolvimento do vocabulário e da associação de palavras, podem ser adaptados para diversos níveis de complexidade;
  • Meditação e mindfulness: práticas que promovem a atenção plena, aliviando o estresse e proporcionando clareza mental, embora menos focadas no estímulo cognitivo direto.

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