Pessoa com deficiência: como brinquedos e livros são estratégias para a inclusão

Conheça ferramentas poderosas na busca por qualidade de vida para pessoas com deficiência

28 de maio de 2024 - às 12h55 (atualizado em 28/5/2024, às 12h55)

A imagem mostra três pessoas sorrindo e se divertindo enquanto jogam um jogo de tabuleiro colorido em uma mesa laranja. À esquerda, há uma jovem com síndrome de Down, vestida com uma camiseta preta com pequenos pontos brancos. Ao centro, uma mulher de cabelos curtos e óculos, vestida com um suéter rosa, está olhando para o jogo com um sorriso. À direita, outra mulher, também de óculos e com cabelos cacheados, usa uma blusa de manga comprida em tons de vermelho e preto. Todos parecem engajados no jogo e desfrutando do momento juntos em um ambiente acolhedor.
Crédito:

Envato

Escrito por

Dayana Bonetto

Redatora Let's Move 360

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelaram que o Brasil possui 18,6 milhões de pessoas de 2 anos ou mais de idade com algum tipo de deficiência, o que equivale a 8,9% da população brasileira. Apesar dos avanços significativos na busca pela inclusão social dessas pessoas, ainda existem desafios a serem superados. Leis têm garantido alguns direitos, mas questões como a acessibilidade física em locais públicos e privados, o enfrentamento do preconceito e estigma, além do acesso à educação de qualidade, continuam representando obstáculos que exigem esforços contínuos para alcançar uma inclusão completa. 

É aí que entram ações que estimulam a participação da Pessoa Com Deficiência (PCD) em diversos setores da sociedade. Livros, revistas e brinquedos têm se tornado aliados valiosos. Esses elementos não apenas proporcionam entretenimento, mas também estão se tornando ferramentas cruciais para promover a interação e a motivação. Ao funcionarem como pontes entre famílias, educadores e profissionais de saúde, esses recursos facilitam a celebração das conquistas individuais e promovem o reconhecimento das habilidades únicas de cada um. 

Foi pensando nessa questão de valorizar o crescimento e o progresso individual que Clécia Aragão fundou uma editora de livros e brinquedos pedagógicos. “A Pingue Pongue Educação nasceu de uma experiência vivida há mais de 12 anos em uma instituição de reabilitação. Enquanto aguardava a consulta de minha filha, uma mãe se aproximou com o filho, em estado vegetativo, e externou o sonho de ver o filho acendendo e apagando a luz da sua casa. E o sonho dessa mãe reverbera até hoje na essência da Pingue Pongue Educação, que busca contribuir para o desenvolvimento da sociedade e para a abordagem inclusiva na educação. Busca-se um olhar amoroso e consciente para aquilo que realmente importa: o desenvolvimento e o foco nas habilidades de cada ser humano”, destaca. 

Clécia Aragão é filha do baiano José de Oliveira Barbosa e da sergipana de origem indígena, Maria José Aragão. Nasceu em Sergipe e mudou-se para São Paulo com um ano de idade. Graduou-se em Psicologia e atuou na liderança de projetos pedagógicos, destacando-se na criação de histórias que contribuem para o desenvolvimento da sociedade e para a promoção da abordagem inclusiva na educação. Seu trabalho reflete a crença de que os livros têm o poder de transformar e até mesmo salvar vidas. Clécia busca promover um olhar consciente para o que verdadeiramente importa: o desenvolvimento humano

Pessoas com deficiência: vulnerabilidades e qualidade de vida

Para Clécia Aragão, pessoas com ou sem deficiência estão expostas a situações de vulnerabilidade, e isso não é algo novo a ser olhado. “Em muitos casos, essa condição vem do próprio núcleo familiar, que, independente de recursos, seja intelectuais ou financeiros, enfrenta dificuldades em lidar com comportamentos disfuncionais e em compreender e acolher cada um em sua singularidade. Ou seja, somos suscetíveis a entender nossos próprios comportamentos e habilidades, e é um desafio diário lidar com noticiários que reforçam essa vulnerabilidade, muitas vezes reverberando de forma negativa”, ressalta. 

Na visão dela, é possível pensar em soluções para que as pessoas com deficiência tenham qualidade de vida. Aragão destaca que não é preciso ter ideias mirabolantes. “Se olharmos para as necessidades básicas de cada um, é algo que dá para fazer, proporcionar lugares e materiais adaptados. Imagine, não é só a pessoa com deficiência que precisa de cadeira de rodas e muletas. Todos um dia podem precisar, seja por uma deficiência adquirida ou recuperação de uma determinada cirurgia, como, por exemplo, ortopédica. Temos vários outros exemplos que podemos citar. Esquecemos que todos nós vamos envelhecer e que, para uma boa qualidade de vida na velhice, se faz necessário adaptar casas, rampas, tamanho das letras”, salienta. Aragão completa: “se exercitarmos com afinco a empatia, sentiremos o quão todos temos vulnerabilidades e como é importante também exercitar ações preventivas”, pontua.

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