Solidão na terceira idade: impactos devastadores na saúde
Descubra como a solidão afeta a saúde dos idosos e o que você pode fazer para combatê-la
20 de outubro de 2023 - às 13h13 (atualizado em 20/10/2023, às 13h13)
Envato
Escrito por
Dayana Bonetto
Redatora Let's Move 360
A solidão pode ter impactos devastadores na saúde dos idosos. Estudos demonstram que pode aumentar o risco de mortalidade em cerca de 30%, o que coloca os efeitos da solidão no mesmo patamar de perigos como o tabagismo, obesidade e exposição à poluição. A solidão pode matar como uma doença e tem um efeito cascata de produzir mais doenças. O isolamento social e a solidão são agora considerados problemas globais de saúde pública, e muitos especialistas chamam isso de epidemia. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2021, a taxa de idosos que se sentiam solitários na China, Europa, América Latina e Estados Unidos era de 20% a 34%. Além de diminuir a qualidade de vida, a solidão está associada a problemas de saúde graves, como doenças cardiovasculares, derrames e transtornos de saúde mental, incluindo a depressão. De acordo com pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a depressão é quatro vezes mais comum entre idosos que relatam se sentirem sempre sozinhos. Outro estudo, conduzido com 8.896 idosos no Japão e publicado pela Academia Americana de Neurologia, com apoio da Agência Japonesa para Pesquisa Médica e Desenvolvimento, indicou que a perda de volume cerebral foi maior naqueles que viviam isolados (67,8% contra 67,3%). Além disso, as lesões cerebrais foram, em média, 0,27% maiores nesse grupo, mesmo sem diagnóstico prévio de demência.
De acordo com a neurocientista Andrea Deis, nos idosos, a solidão pode começar com transformações no cotidiano. “O envelhecimento, muitas vezes, está associado às mudanças que esse idoso passa, não só em sua rede social, mas também nas circunstâncias de sua vida que mudam. Seu status, o que pensa, o que acredita e as convivências sociais”, afirma.
Deis destaca que situações como mudanças físicas, aposentadoria, doenças, perda de pessoas queridas, redução da independência e autonomia de modo geral, levam os idosos a se isolarem em casa. Isso, por sua vez, pode resultar em fragilidade e dependência, causando solidão, depressão, ansiedade, estresse, declínio cognitivo e risco de demência. Ela esclarece: “Embora nem sempre desenvolvam depressão avançada, eles passam por um processo de desencantamento com essa nova fase da vida, refletindo sobre suas experiências, resultados e consequências das escolhas. Isso os leva a uma espécie de exame de consciência, embora nem sempre estejam plenamente conscientes disso”, explica. Além dos problemas que envolvem saúde mental, Deis alerta que a solidão também pode desencadear problemas de saúde nos idosos, como doenças cardíacas, hipertensão, insônia, dificuldades para dormir e menor disposição para procurar ajuda médica.
O psicólogo Alexander Bez ressalta que a aposentadoria, por exemplo, é uma das principais razões que mais provocam a sensação de impotência vivencial. “Muitos acham que após se aposentar não precisam mais fazer nada, e aí está o erro. Pois este é o momento em que mais precisam se manter ativos, aproveitar a vida de outra forma, procurar sair, viajar, fazer caminhadas, se inscrever em aulas de dança e excursões na terceira idade, até mesmo adotar um bichinho de estimação. Devem procurar fazer coisas que os façam sentir-se vivos, que trazem sentido para viver cada segundo da melhor forma”, pontua.
Dicas para espantar a solidão na terceira idade
- Fortaleça as relações com familiares e amigos: a conexão com pessoas próximas é fundamental para o bem-estar emocional e físico;
- Exercícios Físicos: manter uma boa saúde física e participar de atividades sociais pode ser vital para a qualidade de vida;
- Redes Sociais: usar a tecnologia para manter contato com amigos e familiares pode ser uma ferramenta valiosa para combater a solidão;
- Clubes e associações: participar de grupos locais oferece oportunidades significativas de socialização e interações;
- Programas culturais: atividades culturais podem enriquecer a vida e proporcionar experiências sociais gratificantes;
- Hobby: encontrar um hobby que você ama é uma excelente maneira de se manter mentalmente estimulado e conhecer pessoas com interesses semelhantes;
- Voluntariado: oferecer tempo para ajudar os outros cria um senso de propósito e conexão com a comunidade;
- Grupos de apoio: esses grupos podem ser valiosos para quem busca apoio emocional e compreensão, mas sua relevância depende da situação individual;
- Excursões e viagens em grupo: Viajar em grupo pode ser uma ótima experiência social, mas pode ser menos importante para aqueles com limitações de mobilidade ou outros desafios.
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